quarta-feira, 18 de junho de 2008

Boozin' you down

I've been drinking
And I can't tell you I didn't want to.
The fact is that while thinking
It's just something I like to do.

Scotch, then Vodka and a little Gin,
I let the glasses keep coming.
Can't tell you how much it's been,
I just saw the booze pouring.

All 'cause I don't think I love you enough,
I guess it's sad, but also true.
'Cause of the liquor my words are kinda' rough,
But I don't think I love you.

I know you'll miss the places we've been
They'll be a pain, a bitter memory and such.
The truth is that after a bottle of Gin
I really don't care all that much.

If you ever again need me
For a quick fuck or to tell me what you think,
You know exactly where I'll be,
Come on over and I'll even pay you a drink.

Cry, that's it cry,
Let that pain come out of your chest.
Hit me all you want, It's not a fair goodbye,
I'm numb anyway, I feel my head, not the rest.

So now please let go and excuse me,
I think I'm about to make a mess,
If you don't you might as well be...
...
Aw, look at that! I got vomit all over your dress!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Old thoughts of a betrayed soul

Once upon a time there was a boy. A betrayed, lonely boy who knew not what to think of the world. That boy tried to put his feelings in order, but he couldn't. Thus the boy wrote and wrote and eventually, as if unveiling true beauty, he reached, for a brief moment, truth and with that, the door to the unseen threads of the world opened up to him.
This is what he wrote. These are this boy's thoughts.

These are my thoughts...

Four years ago.

"What are "friends"? What is in fact "friendship"? People dwell in their closest one's problems... Friends sometimes seem like a strange source of amusement... For their own problems... There are lots of pre-made theories about friendship... All of them so "politicaly correct" that they end up being false. The experience I've had with "friends" tells me all of that... Betrayal is a feeling that destroys most friendships... But do people really owe such devotion to eachothers? In the end all facts point to a negative answer. Trust is never absolute. It is always shrouded by the trust in others... It doesnt matter how much you trust someone... That person will judge you based on someone else's judgement... Someone else THEY trust... For that... They are not immune to the cycle... Thus being themselves evaluated through these parameters. A group of friends is unified by a common interest. Once that interest is gone... So is the group. The ones who keep contact are those whose interests, diferent from the original one, are still the same. People are not forced to understand you as you are not forced to understand them. If you remain impartial to them, however, they will complain... No one's a saint, although everyone expects others to be. Those who acknowlege it, do all possible things not to be seen as saints. Humanity is the balance and it stabilizes every relationship beyond social interests. Friends gave me joys, and those same friends gave me bitter memories. Preferably I say I have no close friends. I say there is no one for who I would put my hands on fire. I am my best friend, the person whom I spent most time with and from who I can expect disapintments or happy moments at any time... Without bitter surprises. Since I'm writing this on a special date for someone, I'll leave someone a "happy birthday". Abiding to my own place in this person's own private world, the message I leave is... Expect as much enthusiasm from me as the one I got from you... No harsh intentions, of course. With this I conclude my thoughts for today. People dont suck, they just dont give a damn."

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Alucinogénia

Pardais voam sobre a ponte
O vento é fresco, sopro boreal,
Pequeno momento divino
Que reforça o mundo real.

Abaixo, os carros passam
Destemida força humana
Que espirra foligem e fogo
Sobre esta estrada mundana.

Observo as árvores no passeio
em filamentos ordeiros e belos
Que em vagos e breves momentos
Se transformam em cogumelos!

Esfrego os olhos na minha dúvida
De visões ter estado a ter!
Sobre a ponte e ao vento fresco
Ilusões estão a aparecer!

Por baixo de mim surgem,
Na rua movimentada,
Núvens que em vez de fumo
São imaginação alada.

Os carros agora bixos
Andam sobre várias patas
Quais animais desconhecidos
Ou centopeias encarnadas.

Dos seus escapes saltam bolas,
Esferas, estrelas e outros mais,
Ao invés das tais emissões
Consideradas fatais.

Esfrego os olhos novamente
Tentando afastar minha loucura,
Chegando à triste conclusão:
Foi um sol de pouca dura.

As árvores feitas cogumelos
Dançavam ao longo da avenida,
Saltitando e correndo
De forma muito pouco contida.

Um tic-tac familiar
Atacou o meu ouvido cansado.
Os pardais que acima voavam
Eram um artifício mecanizado.

As pessoas que passavam,
Atarefadas como sempre,
Tinham enormes laços vermelhos
atados sobre o ventre.

Eram pequenas quais petizes
De corpo azul e gelatinoso,
Como um andante pudim
De um aroma delicioso.

O bater da chapa na estrada,
O rombar dos dançantes cogumelos,
As andantes sobremesas
E os alados relógios amarelos!

Num instante as núvens,
Do alto do rosa céu,
Despejaram rebuçados
Num açucarado véu.

A ponte que me suspendia,
Ao invés de frio cimento,
Era agora feita de flores
Que dançavam com o vento.

Os prédios altos e imponentes,
De aspecto ainda enorme,
Eram gigantes balões de hélio,
De estranha forma disforme.

Sem aviso passou por mim
Um bando de seres apressados!
Pensando eu que eram pombas,
Eram no fim sapos alados.

Deixei-me invadir por este mundo,
Já que não podia fazer nada.
Deslocando-me até casa
Acabei no meio da parada.

Dois garfos me acompanharam,
Seguidos de um computador.
Atrás vinham vinte cigarros
E um carapau pescador.

Após chegar a casa,
Melhor dizendo, ao meu balão,
Limpei o suor da cara
E subi na bola de sabão.

Chegado ao meu fiel encosto,
Ainda com a mente feita serva,
Deitei-me e pensei com firmeza:
...
Nunca mais eu fumo erva!

terça-feira, 3 de junho de 2008

A Menina e o Urso sem Cabeça

Era uma vez uma pequena
Que só e perdida andava.
De urso mutilado em punho
Enquanto chorava cantava:

"Ajude, por dó, alguém
Uma criança no seu percurso!
Poder-me-ão dizer
Onde encontro cabeça para o meu urso?"

Ao passar por um ribreiro
Encontrou um cavaleiro
Que parou e a fitou
Com um ar mau e grosseiro.

"Ajude, bondoso senhor
Uma criança no seu percurso.
Pode dizer-me onde encontrar
Uma cabeça para o meu urso?"

À negativa resposta
De uma cabeça acenar,
A menina sem dó o degolou
Com um frio e pesado olhar.

Passando por um riacho,
Labor de uma lavadeira,
A menina depressa perguntou
À comum mulher matreira.

"Ajude, minha senhora
Uma criança no seu percurso.
Saberá onde encontrar
Uma cabeça para o meu urso?"

Retorquindo com desdém,
A mulher a afastou,
recebendo aço porém
Quando a menina a esventrou.

Caminhando bosque a dentro
Sem vivalma para escutar
A menina cantou novamente,
Desta vez a soluçar:

"Haverá alguém neste mundo,
Que durante o seu percurso,
Queira ajudar uma menina
A encontrar cabeça ao urso?!"

Num instante alguém surgiu,
Embora desta vez também em pranto.
Um homem de aspecto senil
Juntou-se ao macabro canto.

"Meu senhor porque chorais?
Homens feitos já não choram!
Dir-me-ão talvez seus olhos
Porque rios de água jorram?"

"Dama infanta, infortúnio!
Dissabor de tanto amar!
Fui trocado, fui ferido,
Vou-me agora enforcar!"

"Não o faça, meu bom homem!
Esperai só um momento!
Responda-me antes de tudo
E poupai-me deste tormento:

Há dias e dias sem fim
Que no meu triste percurso,
tenho tentado encontrar
Uma cabeça ao meu urso.

Se a morte tanto deseja,
E posso ajudá-lo a lá chegar,
Com grado lhe presto auxílio
Se a cabeça me entregar.

Nada de forcas ou de cordas,
É um fim tão pouco prático!
Precisais de algo nobre,
Algo que seja dramático!"

Meditando no que ouvira,
O homem cessou seu soluçar.
Prostou-se face à infanta
e concordou ao acenar.

"Se comigo concordas,
Está feito assim o contrato.
Ditas as últimas palavras,
Poderás consumar o acto."

Encostando ao seu pescoço
Um enorme objecto cortante,
Deslizou a mortal adaga
Findando num som gorgolejante.

Apanhando a cruel arma
Junto ao cadáver desgraçado,
A menina rejubilou
Com o que tinha encontrado!

Puxando de dentro do urso
Uma faca velha e amassada,
trocou-a pela adaga
reluzente e ensanguentada.

"Alguém por fim me ajudou
Terminando o seu percurso.
Finalmente encontrei
Uma cabeça para o meu urso."

Em noites de frio luar,
Ou até dias, quem sabe, talvez,
A menina ainda se ouve cantar
Onde morreu alguém uma vez.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Receita para a Ruína

Sem adicionar sal,
Começar pelo essencial:
Três colheres de sopa
Do mais vil e puro mal.

Filtrada com rancor,
duas partes de aguda dor,
E em lume forte e alto
Deixar apurar o sabor.

Aparte, e com a mão,
Esmagar olhos de tritão
E com asas de morcego
Moer sob um acre pilão.

Cinco gramas de amargura
Com algumas outras de levedura.
Juntar numa tigela de inveja
e mexer com falsa jura.

Misturar tudo num caldeirão
E servir com duro pão.
Poder-se-á também tomar
Sob a forma de poção.

No caso de falhar a arma,
Poderá usar uma outra gama.
Em último caso, de efeito mais lento
Pode sempre esperar pelo karma.