tag:blogger.com,1999:blog-13905989344985958342024-02-19T21:40:52.099-08:00Polkadot CherryBecause not everyone's cherries are plain bright redBaron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-13485273065359859062013-02-25T10:57:00.000-08:002013-02-25T14:19:15.077-08:00Selfish dillemaFrom such a long voyage you came.<br />
<span class="userContent">What blistered heart, what royal shame,</span><br />
<span class="userContent">What senseless tragedy lingers in your timid smile?</span><br />
<span class="userContent">What thoughts cloud your mirror to think</span><br />
<span class="userContent">Without doubts, in a fractioned blink,</span><br />
<span class="userContent">That reflection is a waste of light refraction,</span><br />
<span class="userContent">A sad sobbing caption,</span><br />
<span class="userContent">A comic relief to the life of the happy and blue? </span><br />
<span class="userContent"><br /></span>
<span class="userContent">Had I the magic ability,</span><br />
<span class="userContent">The vaguely remote possibility</span><br />
<span class="userContent">Of creating a being which is me but which is not,</span><br />
<span class="userContent">He'd tell you in a tone like music light and thin</span><br />
<span class="userContent">"Your soul is like a sea I want to drown in <br />So that my body may forever rest in peace."</span><br />
<span class="userContent">Yet acting out of my own caprice</span><br />
<span class="userContent">Wanting to selfishly comfort you.</span>Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-21786926998595589092012-01-27T21:08:00.000-08:002012-01-27T21:09:16.905-08:00Sou FelizSento-me aqui como qualquer símio.<br />
Urro por dentro como uma besta assustada,<br />
Inverto a corrente do ar a passo apressado,<br />
Tambores graves em timbre anasalado<br />
Que me soam aos ouvidos como gritos de guerra.<br />
Estou cansado de moedas, de palavras complexas e estrangeiradas,<br />
Estou cansado de porquês e arrufos de amantes,<br />
De taxas pagas a pão e água e de mágoa gratuita,<br />
Essa sim cansado dela,<br />
Matrona dos males da cumplicidade e puta rafeira que nem cobra<br />
Para fornicar meia dúzia de gatos pingados à beira de um abismo.<br />
Frases vaga, que simples conforto, mas é oco,<br />
Fruto amargo de um Satanás fabricado,<br />
Uma verdade <i>la Palisse </i>pura e dura <br />
Que me é enfiada na goela<br />
Como se de ambrósia se tratasse!<br />
Desdenho o engano e verbos matreiros<br />
E enfurece-me saber que os engulo a cada instante<br />
Só para poder dormir descansado e pensar que na mentira e por instantes<br />
Sou feliz.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-22377623145780881902012-01-10T22:00:00.000-08:002012-01-10T22:00:58.879-08:00O rei vai nuDespojo-me de tudo o que trouxe para o meu covil.<br />
Escarro para um canto a amargura e alegria, fáceis produtos do dia-a-dia<br />
Que tanto em enchem o frontispício de não presta,<br />
Removo-me do mundo como um resquício penado de um parente desconhecido<br />
E grito em fúria para os restos carcomidos que tenho para jantar.<br />
<br />
São horas de gentes decentes e de família repousarem nas suas camas<br />
Engomadas, rectas e frias, apaparicadas por todos os truques de conforto,<br />
Religiosamente executados pela mulher da limpeza<br />
Que visita a casa três vezes por semana a trinta e cinco euros ao dia.<br />
<br />
Mas aqui estou eu, noctívago associal, só na minha liberdade silenciosa,<br />
Acompanhado pela luz artificial, a nicotina e o uivo dos rafeiros<br />
Em explosões entrópicas de arte e ócio, cativado pela tão temida madrugada,<br />
Essa puta sarnenta de lendas de fantasmas,<br />
Lapidada pelo conveniente horário das nove às cinco!<br />
<br />
Solto suspiros, ela é minha por mais ninguém a tomar!<br />
Um irónico prémio de consolação só para mim, é tudo meu,<br />
A rua, as árvores, as pedras, os carros, os pássaros, as luzes, <br />
Sou um rei no castelo, e tenho como rainha a manta rota que é o céu<br />
E como súbditos os ilustres e desconhecidos inaptos sociais,<br />
Que se vendem, injectam e tremem debaixo de um pedaço de cartão,<br />
Metade dos quais mandaria à morte certa<br />
Só para me sentir mais sozinho.<br />
<br />
Em que dia deixei esta malícia entrar pela porta da minha casa?<br />
E em que dia tomei aos lábios as suas pernas escancaradas,<br />
Desprovido de qualquer tipo de empatia à restante massa bípede?<br />
<br />
Em que madrugada deixei que me matassem a criança<br />
E me trocassem por um solitário rei de nenhures?Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-19462457637668762552011-09-04T23:51:00.000-07:002011-09-04T23:51:02.606-07:00SaturnoDou-te o meu beijo,<br />
Dás-me fome, dás-me peste negra,<br />
Mascas-me a lua,<br />
E arruinas-me a noite aberta<br />
Qual cirugia<br />
Cujo ponto é feito a linha de chumbo<br />
P'ra me matares com veneno lento.<br />
<br />
Estripas estrelas e arremessas os seus restos ao Mundo,<br />
Até sobrarem pedras, fogo e vento.<br />
<br />
Meu doce pó,<br />
Minha canção de caos e entropia,<br />
Meu astro negro<br />
Que cintila ao tom da ironia.<br />
Ai que me gozas de alto e longe nesse gesto maldito!<br />
Que me enrijeces o âmago soturno.<br />
<br />
Faz-me sentir que sou um louco animal erudito<br />
A ruminar nos anéis de Saturno.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-43207067644761378442011-07-11T19:43:00.000-07:002014-01-08T15:47:23.795-08:00SiegeThrough hidden layers and blackened tongues storming at the silver ringed gates...<br />
You just had to do it.<br />
<br />
Ye, whose words spat the most delicate weavings, masterfully poured into my sound pavillion,<br />
Songs of "do" and "don't" in glistening harmony, and through that web of perfect chants... Prosperity at it's best, traded for a lick at the Devil's heart.<br />
You really had to do it.<br />
<br />
Does my tongue evoke such monsters? Or do the monsters secretly overcome our holy Kingdom? Does night fall all that easily for the minds of faithless men, lulled by the sweet drops of satin debochery as the unwary fisherman is wooed by the Siren's voice? Clouded MY voice, temptation lurks in walls of glistening oozing marble, stripped of it's glorious banners.<br />
<br />
So here I stand and ponder the whys of you doing it, considering the stormed holy Kingdom being ruled by fiends in my absence and the choices there taken, my mind ravaged by the thought that maybe, in a faint dumbstruck theory, I should just let Hell breach my walls and take whatever they may... And maybe I am not fit to rule in war.<br />
<br />
Alas disappointment is a bitch.<br />
And you really had to do it...Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-70213919846027967252011-06-26T21:57:00.000-07:002011-06-26T21:57:33.200-07:00Às cinco na IgrejaUiva um sonho por entre as chaminés.<br />
<br />
Abraçado pela sua doce <i>Umbra</i> ele deambula num gemido constante, impróprio a si próprio num modo sempre tão apropriado. A populaça mexe-se sob os seus pés, mas nenhum naco do rebanho dá por si: é um fantasma, uma sombra, um espectro penado e mesmo assim, quão bem reluz a sua pele ao doce luar que nunca o bafeja.<br />
<br />
E que importa que seja apenas o próprio a admirar-se?! Quão bem pulsam os frenéticos rios esverdeados sob a sua pele fantasiada, ardentes em glória dormente, mortos apetrechos para se enganar a si e a si somente. Quão maquiavélico é o reflexo do árgon incandescente nos seus olhos indiferentes, quão caótico o flutuar de um cabelo fora do seu caminho. E que ego narcísico inunda a criatura!<br />
<br />
Mas o repente fumado sublima o momento. O segundo uivo reverbera pelo betão feio e estuque do jardim urbano, cada vez mais perto, num gorgolejar cacofónico de glória e ira que estremecem o estribo do sonhador. E ao olhar para baixo... Será possível? Um aglomerado agoniado de negro escuro fumado olha para si, quiçá pasmado. Mas será para si? Não para a lua, como todos os seres de Nix, ou talvez ao mudo sino que há tanto se reduz a uma cassete rouca e obsoleta?<br />
<br />
O lobo uivou mais uma vez. Inconfundível reconhecimento. Um grotesco monstro familar, quão diferente da sua pele de trâmitos mundanos, que manifestação tão soturna em comparação com o ego encarnado e, no entanto, ambos figuras tão distintas e fiéis a si próprios como poderiam algum dia ser.<br />
<br />
"Conforme combinado." rosnou a difusa silhueta do lobisomem, pulando para junto do pálido fantasma expectante que com um cordial acenar se sentou ao seu lado e retorquiu, quais cavalheiros num café da moda. "Às cinco na Igreja."Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-86978130949567877742011-02-26T22:57:00.000-08:002011-02-26T23:01:47.425-08:00Red StarOnce upon our own time,<br />
There was a bright red star.<br />
No one knew from what place,<br />
Except it's from afar.<br />
<br />
It seemed not to shine high,<br />
It shone gloom, actually,<br />
No one knew as to why,<br />
What would cause it to be.<br />
<br />
Could it lack the right skill?<br />
Some stars shine expertise!<br />
But this star had it still,<br />
So it could shine with ease!<br />
<br />
Could it be out of shame?<br />
There'd be no reason why.<br />
The red star was unique,<br />
No excuse to be shy!<br />
<br />
Could it feel out of place?<br />
Ah, but all of them do,<br />
So it sounds quite baroque<br />
To consider that too.<br />
<br />
Could this star feel alone?<br />
Why would it feel that way?<br />
Green, blue, white stars shine close,<br />
With things friendly to say.<br />
<br />
Could this star be too sad?<br />
I just hope that it's not.<br />
Red stars shine in a way<br />
That the others cannot.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-4545622418097422592011-01-27T21:38:00.000-08:002011-01-28T11:00:49.391-08:00Motto against DramaI turned to you with the frown most bleak.<br />
Thoughts unspoken clutched my soul,<br />
Swelled up, swallowed me whole.<br />
As out of your bed I rolled<br />
I opened my mouth to speak:<br />
<br />
"There are things I never said,<br />
Thoughts, ideas, memories,<br />
Things I see that no one sees,<br />
Things I can't show you, but please,<br />
Bear them as they are played.<br />
<br />
I can't speak them for they'd be lies,<br />
Mortal wounds painted in gray.<br />
In my head they seem OK,<br />
But in made-up words I just can't say.<br />
Thoughts are things I can't disguise.<br />
<br />
Special soul which you may be,<br />
Too much may be stored ahead,<br />
We walked paths which no one led,<br />
From no book this can be red,<br />
I don't know if you can truly know me."<br />
<br />
Snatching me as I got away,<br />
You stood up in front of the window,<br />
In a curtain background of bordeaux,<br />
Smiled a smile that seemed to grow,<br />
Mesmerized me just to say:<br />
<br />
"Mortal wounds hurt more than lies.<br />
Things unsaid are superficial,<br />
Things forgotten artificial.<br />
Things superfluous are never special<br />
As long as they don't end up in goodbyes."Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-28986689883240381192010-09-24T21:41:00.000-07:002010-09-24T21:46:27.298-07:00Fado em contra-luzSe me pedires porventura, <br />
Num momento de ternura<br />
Um olhar de doçura,<br />
eu dou.<br />
<br />
Se quiseres um encosto<br />
Por um infeliz desgosto,<br />
Não abandono o posto,<br />
Lá estou.<br />
<br />
Se quiseres o infinito,<br />
Seja verdade ou mito,<br />
Se o encontrar não hesito,<br />
Eu to oferto.<br />
<br />
Se achares que estou distante,<br />
Como a um cego amante<br />
Pede e num breve instante,<br />
Estou perto.<br />
<br />
Mas...<br />
<br />
Se mandar o coração,<br />
Que me apertes a mão<br />
Cedo à triste ilusão<br />
Que seduz.<br />
<br />
Ao fim do dia, em segredo,<br />
Por saber que sofres medo,<br />
Amo-te pelo avesso,<br />
Em contra-luz.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-83178159933617723832010-09-07T20:03:00.000-07:002010-09-15T21:31:48.785-07:00The drunkard's lamentBodies burst to thousand stars<br />
Leaving deep and burning scars,<br />
Silence, scents and sweet seduction<br />
Instigate mental reduction.<br />
<br />
Father Nix and Somnus witness<br />
The embrace, pious caress,<br />
Which enthralled me to those wishes<br />
Through melodramatic kisses.<br />
<br />
Fragile being, faint illusion,<br />
Mathematical conclusion,<br />
Remembrance of past grim fate,<br />
Arriving a bit too late.<br />
<br />
Soon it's gone and last unspoken,<br />
Blissful dream until awoken,<br />
Stars dance dead and soon they fade<br />
To the love we never made.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-64962166004862783602010-01-29T22:10:00.000-08:002010-01-31T21:07:15.547-08:00VelutaViolinos...<br />
<br />
Soam-me a cordas<br />
As pequenas parcelas estéticas<br />
Que outrora foram uma flor.<br />
<br />
Flautas...<br />
<br />
Soam-me a sopros,<br />
Os bóreas delicodoces que as levam,<br />
Carregando consigo o segredo de mais uma estação.<br />
<br />
<br />
E quão harmonioso é o seu concerto!<br />
Acordes claros, simétricos, <br />
Trindades melancólicas em terceiras e quintas,<br />
Em modo menor que à tristeza tanto permite,<br />
Tão discretas como o som da neve ao cair,<br />
Cada momento um <i>pizzicatto </i>perfeito,<br />
Colocado no momento único a si,<br />
Guiado pela matemática inerente do momento...<br />
Sempre com resolução adequada.<br />
<br />
Mas ao retomar do tema, o vento mudou.<br />
Onde foi a dança de sensações feitas sons?<br />
Onde está o melancólico modo menor<br />
Que tanto me acariciou no momento fugaz<br />
Da queda dos violinos?<br />
Porque se inverteu o correr das estações<br />
Fazendo a Primavera dar lugar ao Inverno,<br />
E repousa a minha neve de acordes<br />
Numa calada lagoa gelada?Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-21024370140615302952010-01-21T20:13:00.000-08:002010-01-21T20:17:50.841-08:00CherryBite it, lick it,<br />
Eat the cherry,<br />
Do I love it?<br />
Oh so very!<br />
Can be visual<br />
Or literary,<br />
It's just so<br />
Extraordinary!<br />
It's not fake,<br />
Imaginary,<br />
It's so tasty<br />
It's quite scary!<br />
Does no harm,<br />
Quite the contrary,<br />
Polka-dotted,<br />
Fun and merry,<br />
Sings it loud<br />
Like a canary!<br />
Permanent,<br />
Not temporary,<br />
As obscene<br />
As Virgin Mary!<br />
Check it out,<br />
Don't be a fairy,<br />
Come on, now,<br />
It's just a berry!Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-60101179082239211632009-12-22T22:22:00.001-08:002009-12-22T22:34:39.019-08:00After allAfter spitting on the hand that once helped you,<br />
After destroying it all just 'cause you felt blue,<br />
After raging for something you quite didn't know,<br />
After making enemies of the rain and the snow,<br />
After mocking the feeling they offered as loyal,<br />
After forgetting respect and crowning yourself royal,<br />
After installing around you the perfect monopoly,<br />
After having it planted, you poisoned the tree,<br />
After carving the idol you labeled him banished,<br />
After raising the sword, saying it wasn't brandished,<br />
After wooing with deciet the lamb and the herder,<br />
After having it all you just had to go further.<br />
<br />
After forgiveness without end,<br />
There is now no more amend,<br />
For you made that sharp nail bed<br />
The moment you wished me dead.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-27384347490480515312009-11-08T22:45:00.000-08:002009-11-08T22:49:06.984-08:00Dançando com o DiaboEfémera silhueta de chamas,<br />
Tentação e razão da mente que terá sido una. <br />
É ambíguo o passo lânguido da devassa figura,<br />
Sendo ela não mais que um reflexo do ego<br />
Que ondula ao sabor de não se sabe bem o quê. <br />
<br />
Sucumbo aos seus prazeres.<br />
E para quê?<br />
<br />
Para me envolver nesta arte de primatas,<br />
Este gerúndio sem fim que me apela à prevaricação.<br />
Para ser castrada a liberdade com rasgados sorrisos<br />
Que apenas tal figura onírica me poderia ofertar.<br />
<br />
Ah, amistoso espectro da maldade mais inocente!<br />
E pensar que me tentas, por místicos meios falíveis,<br />
A cheirar também eu ao enxofre do teu reino sem súbditos.<br />
E tudo por uma dança de bailarico,<br />
Um teatro que não o era,<br />
Uma sentida e pura vontade que não alcançará jamais a luz do dia...<br />
Por um desejo ilegítimo morto à nascença. <br />
<br />
Mas por fim voam centelhas ao pisar dos seus cascos!<br />
E cospem-se labaredas, e vociferam-se impropérios em vil devaneio!<br />
Solta-se a derradeira nota, cessa-se o passo,<br />
Pois não mais a banda toca em honra de sua majestade infernal,<br />
Fora a própria que por fim apelara ao silêncio. <br />
Cai por terra a folia agora sem regras <br />
Que, em tom passado, se ensinaram e aprenderam.<br />
<br />
<br />
Não mais sucumbo a tomar a mão da discórdia<br />
E renego a adulteração do ego que manifesto.<br />
Não mais danço com a flamejante figura<br />
Pois este Diabo tem pés de chumbo.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-82164220480607144182009-10-11T21:48:00.000-07:002009-10-28T22:17:28.042-07:00Frases feitasSe o Verão é brasa em fúria,<br />Travo seco, fogo ardente,<br />O Inverno é fria lamúria,<br />Apatia omnipresente.<br /><br />Se a calma é tempo imenso,<br />Linha sóbria e inteira,<br />A raiva é mistério denso,<br />Mancha negra, desordeira.<br /><br />Se a alegria é orgasmo,<br />Trinta risos de assentada,<br />A tristeza é um poço<br />Onde já não nasce nada.<br /><br />Se o dia é movimento,<br />Energia laboral,<br />A noite é ponderada<br />Em azul imperial.<br /><br />Se amor é sentimento<br />Que vai longe e mais além,<br />O ódio não é diferente,<br />E é tudo isso também.<br /><br />Se a verdade é trivial<br />Quanto tudo o que aqui disse,<br />Então pudera eu dar por ela<br />No momento em que a visse.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-73335422704113381092009-10-05T23:02:00.000-07:002009-10-05T23:49:00.202-07:00UivoSombras espessas e geladas<br />Mancham as minhas passadas<br />Quando a lua, cheia e nua<br />Poisa em mim sua luz crua.<br /><br />Pulsa forte, feia, fria<br />Como cheiro que arrepia.<br />Mancha fina, firme, forte<br />Comparável com a morte.<br /><br />Mantra unilateral,<br />Voz distante, imaterial,<br />Luxuosa e sem igual.<br />Imune ao digital,<br />Cor vibrante, surreal,<br />D'uma saturação tal<br />Que se prova desleal<br />Contra luz artificial.<br />Esfera deusa no astral,<br />Fonte fresca e maternal,<br />Indiferente, mas sem mal,<br />Que eleva ao fatal<br />Qualquer desejo carnal,<br />Falso ou fundamental.<br /><br />E eis que se vai, alada,<br />Em glória afugentada,<br />Para o seu apeadeiro.<br />Mais um dia soalheiro.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-14517070750763915442009-07-28T21:56:00.000-07:002009-07-28T22:19:35.704-07:00O homúnculoSacio uma vontade gutural na terceira pessoa<br />E pondero os místicos dizeres de além-ser.<br />Palpita pelas veias o sumo alado e ascendente,<br />Ode inaudível à esposa do hipotálamo, ela ressoa mesmo assim<br />Sereno esbracejas venoso que me comprime<br />Em forma antropomórfica desconhecida.<br />Exposta a minúcia da férrea corrente,<br />Monstro de cristais e mercúrio virulento,<br />Advém a mim, liliputiano imaginário, a suposição<br />De que vida invade a minha casa de carbono.<br />Mártir à condição craniana<br />Encolho-me qual ideia desviante<br />E masco pensamentos de discórdia e erotismo,<br />Extasiado pelos sons da madrugada.<br />Ardente pelo soltar da meninge,<br />Placenta envolvente e meu lar,<br />Quero saborear o prato genérico da consciência.<br />Monstro de escombros patológicos<br />Sem vesícula que me dissolva o desejo,<br />Arranho o crânio com a cor carmesim<br />E expulso as minhas dores agudas e reflexas<br />Em zumbidos estáticos e crescentes, vibrantes até ao estribo.<br />Mas eis que a sinfonia da sanidade<br />Se sobrepõe à minha cacofonia inquieta<br />Com o acordar do escudo da córnea,<br />Inundando-me de vaporosas trevas novamente.<br />Fecho o meu tórax e resfrio o meu canto<br />Para voltar a ser um feto de temores,<br />O parceiro do polígamo mestre raiado,<br />Cujo reino é o esqueleto e o fosso a louca consciência.<br />Sou novamente homúnculo,<br />O desejo de quem não me controla.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-76138030243506620592009-07-04T12:06:00.000-07:002009-07-04T12:33:33.897-07:00Floating in denialFloat...<br /><br />Float like a fallen green leaf.<br />Wander the surface of this vast lake's waters,<br />Let it's calmness become your soul's petty thief.<br /><br />Wander...<br /><br />Wander through the skies,<br />Let your eyes dance with the flying swallows,<br />See in clouds promises of sweet lies.<br /><br />Listen...<br /><br />Listen to the whistling wind,<br />The grass and bamboo flutes play distant tunes,<br />Which help you forget that you sinned.<br /><br />Feel...<br /><br />Feel the breeze in your skin,<br />Taking far away spoken words wished forgotten<br />With it's slow breath, so frail and thin.<br /><br />Love...<br /><br />Love this lake as the one you miss.<br />Float until your senses are pleased and your soul deceased,<br />Drift forgetting what you felt was amiss,<br />When you were dismissively denied<br />That very last kiss.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-34420926716168019232009-06-03T21:43:00.000-07:002009-06-03T22:12:22.265-07:00Fey taleOn Winter nights<br />The dark kin zests.<br />In foggy cold heights<br />The dragon rests.<br /><br />On Spring dawns<br />The thin ice breaks.<br />Through songs of fauns,<br />The dragon wakes.<br /><br />On Summer days<br />Warmth roams the skies.<br />While Pan's flute plays,<br />The dragon flies.<br /><br />On Autumn dusks<br />The dryad cries.<br />Oblivion lurks,<br />The dragon dies.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-29917728795090855582009-06-03T21:30:00.000-07:002009-06-04T08:38:33.368-07:00Votos de NarcisoQue me beije, que me toque,<br />Que me segrede desejos.<br />Que mos conte, que os diga,<br />Que confesse os seus almejos.<br /><br />Que me morda, que me lamba,<br />Que me me excite e me agrida.<br />Que me arranhe, que me puxe,<br />Que me prenda e sugue a vida.<br /><br />Que me lave e me penteie,<br />Que me unte e apaparique.<br />Que me bajule e engraxe,<br />que me trate como um duque.<br /><br />Que me adore e me venere,<br />Que me diga que me ama.<br />Que se atraia p'ra comigo<br />Como uma traça à chama.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-6699200180241813032009-04-01T18:54:00.000-07:002009-04-01T19:50:04.556-07:00VermelhoO sonho acabou.<br />Ele acordou como de costume: tarde, suado, babado e mal-cheiroso, como qualquer homem se sentiria num vespertino momento de calor. Levantou-se morosamente e caminhou, num passo nú e húmido até à casa de banho. <br />Olhou-se ao espelho.<br />Sentía-se notoriamente bonito naquele dia. Analisou a raiz dos seus cabelos, o grau de branco dos seus dentes, o tamanho da sua barba escura. Acariciava involuntariamente a sua barriga peluda e tanto-quando flácida, em todo este processo coçando a perna direita com a unha do dedo grande do pé esquerdo. Entrou no banho, e lavou as impurezas nocturnas de si. O castanho cabelo já um tanto quanto grande demais para ser curto, o rosto marcado pelos sinais do acne... <br />Saíu e cuidou escrupulosamente da sua barba. Cortou todos os incómodos pêlos em que a sua vista poderia poisar. Todos. Até ao fundo do poro. Dolorosamente, até...<br />Vestiu-se.<br />Ele não era uma figura particularmente notória. Era simples, uma figura tipo da sociedade comum e invisível. A sua camisa de flanela básica, as suas calças de ganga, as sapatilhas de marca branca... Um número. <br />Comeu o tardio pequeno-almoço. <br />O prometedor irresistível sabor achocolatado dos cereais não alterou em nada o seu dia. Souberam-lhe a amido modificado e corantes artificiais, o paladar que toda a vida lhe haviam proporcionado. Sorveu o restante leite poluído de pó de cacau do mesmo modo insípido, sem pestanejar, deixando escapar finos fios esbranquiçados pelos lábios tangentes com a taça, poisando-a vagarosamente então, erguendo o pesado corpo da cadeira como se fosse essa a última cadeira onde pudesse recostar-se. Não se apressou nos restates momentos da sua higiene; o lavar de dentes e o colocar do gel eram um ritual imprescindível, religioso até, aquando do erguer dos seus fios de cabelo quais colunas de um sagrado templo. Voltou ao seu quarto, pegou na sua mochila previamente preparada na noite anterior, e colocou-a às costas por uma alça apenas. <br />Saíu de casa. O silencioso adeus à figura maternal retorquiu-se com um irromper em choro desenfreado, quase lunático, sobre os ladrilhos do corredor de entrada, batendo fervorosamente a cabeça contra o chão. Não houve reacção. Apenas um fechar crú da porta, um estrondoso gesto seco e involuntário terminando no "click" metálico da fechadura. Esperou calmamente pelo elevador, desceu na companhia dos restantes condóminos, que lhe acenaram um cumprimento impessoal. Replicou o gesto, segurou na porta para saírem, sorriu e chamou puta à vizinha. <br />Caminhou pausadamente pela cidade. <br />Evitou contornar a escola à qual deveria ter ido, tal como todos os pontos de encontro de pessoas conhecidas. Não havia interesse em socializar. Apenas aquele deambular pausado, pensativo mas decidido, enquanto a confusão de carros se gerava nas movimentadas ruas, buzinando a tom mal educado e raivoso o retorno a casa da alta classe operária. Esperou que estes parassem nas passadeiras e respeitou os sinais luminosos para peões. O seu civismo era rígido, em detrimento do seu meio envolvente. Deixou-se mover pela íngreme subida até ao destino premeditado.<br />O local de encontro entre a linha do comboio e a ponte que se preparava para o transportar. <br />Parou e olhou para o rio.<br />Curiosos pedestres que passeavam os cães e suas famílias (do mesmo modo, subentenda-se) olhavam para o rapaz que ali jazia, estático, perigosamente á berma do encontro entre ponte e carrís. Tirou calmamente a sua mochila, de aparência vazia e mole, e dela retirou um objecto tão pequeno que lhe cabia na palma das mãos. Sem olhar em redor, tirou a tampa, e colocou nos seus lábios um forte baton vermelho. <br />E então... <br />Pulou.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-62330801167264784202009-01-29T19:45:00.000-08:002009-01-29T19:47:22.933-08:00Long ago...There was someone...<br /><br />Someone whose presence would fill a room, a smile so soft and warm as a child's very first blanket... Yet energetic, so vibrant... That face, that carefree smile will be engraved in my heart forever. The face of love at first sight. Any barriers I had were thrown to the floor. Crushed, defeated. It was ecstasy... It was three thousand times any sensation I had experienced. It was beyond love or passion. It was total vulnerability...<br /><br />And I enjoyed it so...<br /><br />Long conversations we had, about what we would do, where we would go. Plans, words, gestures... All of that I received, making me wonder if my heart would be able to beat stronger than it was beating then. All those signs, all those words... I had an idea, and put it to practice. I gave this person my heart. I had in engraved in gold and wrapped up in satin. I handed it on a silver plate and waited anxiously for the longed reply...<br /><br />But it never came...<br /><br />Nights and nights I waited alone at home. Time passed slowly back then, as it does for children. I would brush my teeth ten times, I would comb my hair a thousand others... But time stood still. Songs which would have minutes were played in a second and a second was too many time to delay such an answer. I started to realize that my heart was aching... Like a used band aid...<br /><br />It had been thrown out...<br /><br />I cried, yes. I cursed my fate, I ate fast food in front of the TV, feeling miserable, hateful and unwanted. I cursed myself too, for obeying that horrible cliché . I searched and searched, hoping to find that lost feeling somewhere... In anyone... But I didn't. My heart wasn't mine anymore. I resented every little moment of sweetness I had with that someone. Flaming thoughts of revenge crossed my mind, revenge against that mesmerizing beautiful figure of pure charm that I simply couldn't resist... I hated that figure so... I became bitter...<br /><br />And I became so cold...<br /><br />Years have passed, and my chest aches no more. It is plain, normal, a chest for living the common everyday life. I no longer wish on everlasting feelings, charming presences or vibrant smiles. I am now mundane.<br /><br />My heart remains in that waste basket, longing for acceptance...<br /><br />My heart is no more.<br /><br /><br />Long ago, there was an angel...<br /><br />An angel which shined bright in the most unexpected location. I walked into that unknown place one day and there it was, just... Standing there. It was not the most glorious angel. It had not the perfect features, the golden halo nor the majestic wings. yet I know it was an angel. Just... That presence, looking at me. I didn't know what to make of such an apparition...<br /><br />I was confused...<br /><br />Did I walk to it or it to me? I do not remember. It was sudden and out of nowhere. Like that earthquake you know is bound to happen, but you never truly expect it... Until it happens. It was a sudden connection. So vivid, so strong and yet as simple as meeting any other person. It was a bond that, from that brief moment on, would be unbreakable. An unstoppable force of nature...<br /><br />I wanted to believe that so...<br /><br />The angel soon disappeared, leaving promises of return. I prayed as I had been told to. I followed every rule it gave me religiously, from dawn to dusk. Such strong, naive belief in my soul. Such childish innocence...Then time started slowing down. I kept following the rules blindly, ever tortured by the long tic tacs from that hellish clock. I hated that clock so much... It was only me and that clock...<br /><br />And no angel to guide my naive soul...<br /><br />I started having doubts, second thoughts. I searched every book, every tome... There was no such angel. Was I deceived? Was I used? Doubt turned to feint certainties. How would I know I was sure? Was I not faithful enough? Had I not followed correctly every rule? How could I have been abandoned so easily if it was all true? And how could I have been so easily deceived if it was all a lie?<br /><br />I felt so lonely...<br /><br />No more the angel visited me, although the memory still lives in me. The soul that used to believe it all is now a haunt, a simple ghost that wanders in my shadow, ever casting away the thought of that painful deceit.<br /><br />Still, my foolish soul still searches for a last glimpse of that light somewhere far away...<br /><br />My soul is gone.<br /><br /><br />Long ago, there was an angel... There was someone...<br /><br />An angel which shined bright in the most unexpected location. I walked into that unknown place one day and there it was, just... Standing there. It was not the most glorious angel. It had not the perfect features, the golden halo nor the majestic wings. yet I know it was an angel. Just... That presence, looking at me. I didn't know what to make of such an apparition...Someone whose presence would fill a room, a smile so soft and warm as a child's very first blanket... Yet energetic, so vibrant... That face, that carefree smile will be engraved in my heart forever. The face of love at first sight. Any barriers I had were thrown to the floor. Crushed, defeated. It was ecstasy... It was three thousand times any sensation I had experienced. It was beyond love or passion. It was total vulnerability...<br /><br /><br />I was confused... And I enjoyed it so...<br /><br />Did I walk to it or it to me? I do not remember. It was sudden and out of nowhere. Like that earthquake you know is bound to happen, but you never truly expect it... Until it happens. It was a sudden connection. So vivid, so strong and yet as simple as meeting any other person. It was a bond that, from that brief moment on, would be unbreakable. An unstoppable force of nature... Long conversations we had, about what we would do, where we would go. Plans, words, gestures... All of that I received, making me wonder if my heart would be able to beat stronger than it was beating then. All those signs, all those words... I had an idea, and put it to practice. I gave this person my heart. I had in engraved in gold and wrapped up in satin. I handed it on a silver plate and waited anxiously for the longed reply...<br /><br />I wanted to believe that so... But it never came...<br /><br />The angel soon disappeared, leaving promises of return. I prayed as I had been told to. I followed every rule it gave me religiously, from dawn to dusk. Such strong, naive belief in my soul. Such childish innocence...Then time started slowing down. I kept following the rules blindly, ever tortured by the long tic tacs from that hellish clock. I hated that clock so much... It was only me and that clock... Nights and nights I waited alone at home. Time passed slowly back then, as it does for children. I would brush my teeth ten times, I would comb my hair a thousand others... But time stood still. Songs which would have minutes were played in a second and a second was too many time to delay such an answer. I started to realize that my heart was aching... Like a used band aid...<br /><br />And no angel to guide my naive soul... It had been thrown out...<br /><br />I started having doubts, second thoughts. I searched every book, every tome... There was no such angel. Was I deceived? Was I used? Doubt turned to feint certainties. How would I know I was sure? Was I not faithful enough? Had I not followed correctly every rule? How could I have been abandoned so easily if it was all true? And how could I have been so easily deceived if it was all a lie? I cried, yes. I cursed my fate, I ate fast food in front of the TV, feeling miserable, hateful and unwanted. I cursed myself too, for obeying that horrible cliché . I searched and searched, hoping to find that lost feeling somewhere... In anyone... But I didn't. My heart wasn't mine anymore. I resented every little moment of sweetness I had with that someone. Flaming thoughts of revenge crossed my mind, revenge against that mesmerizing beautiful figure of pure charm that I simply couldn't resist... I hated that figure so... I became bitter...<br /><br />I felt so lonely... And I became so cold...<br /><br />No more the angel visited me, although the memory still lives in me. The soul that used to believe it all is now a haunt, a simple ghost that wanders in my shadow, ever casting away the thought of that painful deceit. Years have passed, and my chest aches no more. It is plain, normal, a chest for living the common everyday life. I no longer wish on everlasting feelings, charming presences or vibrant smiles. I am now mundane.<br /><br />Still, my foolish soul still searches for a last glimpse of that light somewhere far away... My heart remains in that waste basket, longing for acceptance...<br /><br />My soul is gone.<br />My heart is no more.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-79051320471235477552008-11-27T18:17:00.000-08:002008-11-27T20:26:43.966-08:00Ensaio sobre o ódioDilatam-se-me na fronte<br />Em forte venoso pulsar, <br />Uma vontade inquietante<br />Da minha raiva expulsar.<br /><br />Três sorrateiras vezes o vi<br />E quieto e calado fiquei,<br />Mas à conta sagrada ardi,<br />Ao ver um bobo fazer-se rei!<br /><br />É que abandonado o corpo<br />Por sua dita e santa alma, <br />Usar a face do defunto<br />Faz qualquer um perder a calma.<br /><br />Mais que isso há-de ser, <br />Se me permitem a ousadia,<br />Nas barbas de todos o fazer<br />Sem sequer perguntar se podia.<br /><br />Ora, quem de surpresa apanhado<br />Dá de caras com tal desrespeito,<br />Apetece apanhar o culpado<br />E à facada abrir-lhe o peito.<br /><br />Ainda mais vontade mo dá<br />Quando, faça sol ou faça chuva,<br />à primeira pessoa que passe lá<br />Esforça uma cara de viúva.<br /><br />O mais grave de tudo é mentir<br />Com toda a convicção que tem no corpo<br />A dizer, só para outros ferir<br />Que se está a sofrer é pouco.<br /><br />Pois minha "amizade", só para ti<br />Toma um pedaço de bom conselho:<br />Se educadamente para ti alguma vez sorri<br />Foi porque sou mais que tu, meu fedelho!<br /><br />Se te evito é porque me conheço e sei<br />Que se em ti tenho as vistas postas<br />A minha mais crua e primária vontade´<br />É de te provocar fracturas expostas.<br /><br />Mais! Não me fico só por aqui<br />E digo-te do fundo do peito:<br />Se os dentes ainda não te fodi<br />É pelo mais puro e produndo respeito.<br /><br />Se a tua ignóbil presença<br />Teve efeitos mais que nefastos,<br />Neste momento já nem importa<br />Pois de todos nós fizeste carrascos.<br /><br />Mas ai de ti meu animal,<br />Que mais algum dia eu oiça,<br />Que te apoderas de quem dizias gostar<br />Como se fosse um bibelot de loiça.<br /><br />Se do que partiu gostaste<br />Tanto como andaste a pregar<br />Então porta-te como gente<br />E deixa de o tentar mostrar.<br /><br />Até lá és um asco, <br />Um parasita social,<br />Carvão para as criançinhas<br />Que se portam mal no natal.<br /><br />Se pensas que és dono do caixão,<br />Há ainda coisas que tens que aprender:<br />Não é a TUA perda, é a de todos<br />Mesmo que não o queiras ver.<br /><br />Portanto cesso aqui o meu discurso,<br />Pouco mais me resta dizer<br />E, sem comprometer a tua integridade,<br />Permite-me a tua pessoa descrever:<br /><br />És mal formado, desalojado,<br />Amostra de pavão, pessoa sem noção,<br />Egoísta, um chupista,<br />Aproveitador, manipulador,<br />Destruidor, ditador,<br />Invejoso, venenoso,<br />Mentiroso, odioso, <br />Asqueroso, impiedoso,<br />Oleoso, mal-cheiroso,<br />Curriqueiro, cuscuvilheiro...<br /><br />Espécie baixa de paneleiro!Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-35362725816901942242008-10-07T20:27:00.000-07:002008-10-07T20:29:19.931-07:00Seis badaladasEcoam os passos silênciosos de quem não os quer ouvir. Seis badaladas perfumam o ar, inebriando os calados fantasmas que assomam ao meu ombro. Sinto-me cansado. Cansado e sonolento. <br />Anseio no meu tom mudo o verter de um novo dia, raiado da ténue névoa das incertezas... Mas não hoje abrirei os meus olhos a tais emanações. Contemplo areias que se movem em linhas ascendentes, revolvendo a ampulheta do tecido temporal até épocas não mais atingíveis. Contemplo-as infindávelmente... <br />Num repente, explosões se incineram no dual interior do meu ser. Anjos do perdão e da complacência se debatem com negros fantasmas da raiva e rancor, julgados apenas pelo desgastante zumbido do silêncio, que me entorpece o sentido do paladar do som. Esventro a sombra de mãos alheias e silhuetas de pensamentos desordeiros, oriundos de fossas que me perseguem por malditos corredores dourados, silhuetas essas quais ratos surgidos das próprias vísceras do mundo para, com a sua pestilenta presença, envenenar um paraíso de exuberante equilíbrio. Evocativas de tempestuosas núvens, secaram o solo do qual brotara vida e cobriram no seu áspero manto encarquilhado as estrelas que tantos caminhos haviam traçado. <br /><br />Hoje penso silenciosamente, às seis badaladas, no passado... Enquanto exorciso fantasmas que a mim não me pertencem.Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1390598934498595834.post-74879158559909705552008-07-09T20:30:00.000-07:002009-01-31T20:11:06.015-08:00Desfile das MarquesasSoem as trompetas!<br />Não espereis mais,<br />Vêm aí suas altezas reais...<br />O bando de velhas jarretas!<br /><br />Que fineza, meus senhores!<br />(Pudera vê-las como disse...)<br />Um aglomerado de duquesas,<br />Uma enorme brejeirice!<br /><br />Saias, saltos, silhuetas,<br />Em figuras mais que altivas,<br />Quais anciãs labregas<br />De terras nunca conhecidas.<br /><br />Ao lado, pés descalços cirandam,<br />Mas não vos deixeis enganar!<br />São tão finos e senhorís<br />Quanto a vaca de saltos dá a mostrar.<br /><br />E assim se mexe o povo,<br />Porcos feitos realeza.<br />Soubesse eu que a velhiçe<br />Trazia tanta puta de pobreza...Baron VonCherryhttp://www.blogger.com/profile/16999372233034517242noreply@blogger.com3