segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Selfish dillema

From such a long voyage you came.
What blistered heart, what royal shame,
What senseless tragedy lingers in your timid smile?
What thoughts cloud your mirror to think
Without doubts, in a fractioned blink,
That reflection is a waste of light refraction,
A sad sobbing caption,
A comic relief to the life of the happy and blue?

Had I the magic ability,
The vaguely remote possibility
Of creating a being which is me but which is not,
He'd tell you in a tone like music light and thin
"Your soul is like a sea I want to drown in
So that my body may forever rest in peace."

Yet acting out of my own caprice
Wanting to selfishly comfort you.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sou Feliz

Sento-me aqui como qualquer símio.
Urro por dentro como uma besta assustada,
Inverto a corrente do ar a passo apressado,
Tambores graves em timbre anasalado
Que me  soam aos ouvidos como gritos de guerra.
Estou cansado de moedas, de palavras complexas e estrangeiradas,
Estou cansado de porquês e arrufos de amantes,
De taxas pagas a pão e água e de mágoa gratuita,
Essa sim cansado dela,
Matrona dos males da cumplicidade e puta rafeira que nem cobra
Para fornicar meia dúzia de gatos pingados à beira de um abismo.
Frases vaga, que simples conforto, mas é oco,
Fruto amargo de um Satanás fabricado,
Uma verdade la Palisse pura e dura
Que me é enfiada na goela
Como se de ambrósia se tratasse!
Desdenho o engano e verbos matreiros
E enfurece-me saber que os engulo a cada instante
Só para poder dormir descansado e pensar que na mentira e por instantes
Sou feliz.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O rei vai nu

Despojo-me de tudo o que trouxe para o meu covil.
Escarro para um canto a amargura e alegria, fáceis produtos do dia-a-dia
Que tanto em enchem o frontispício de não presta,
Removo-me do mundo como um resquício penado de um parente desconhecido
E grito em fúria para os restos carcomidos que tenho para jantar.

São horas de gentes decentes e de família repousarem nas suas camas
Engomadas, rectas e frias, apaparicadas por todos os truques de conforto,
Religiosamente executados pela mulher da limpeza
Que visita a casa três vezes por semana a trinta e cinco euros ao dia.

Mas aqui estou eu, noctívago associal, só na minha liberdade silenciosa,
Acompanhado pela luz artificial, a nicotina e o uivo dos rafeiros
Em explosões entrópicas de arte e ócio, cativado pela tão temida madrugada,
Essa puta sarnenta de lendas de fantasmas,
Lapidada pelo conveniente horário das nove às cinco!

Solto suspiros, ela é minha por mais ninguém a tomar!
Um irónico prémio de consolação só para mim, é tudo meu,
A rua, as árvores, as pedras, os carros, os pássaros, as luzes,
Sou um rei no castelo, e tenho como rainha a manta rota que é o céu
E como súbditos os ilustres e desconhecidos inaptos sociais,
Que se vendem, injectam e tremem debaixo de um pedaço de cartão,
Metade dos quais mandaria à morte certa
Só para me sentir mais sozinho.

Em que dia deixei esta malícia entrar pela porta da minha casa?
E em que dia tomei aos lábios as suas pernas escancaradas,
Desprovido de qualquer tipo de empatia à restante massa bípede?

Em que madrugada deixei que me matassem a criança
E me trocassem por um solitário rei de nenhures?

domingo, 4 de setembro de 2011

Saturno

Dou-te o meu beijo,
Dás-me fome, dás-me peste negra,
Mascas-me a lua,
E arruinas-me a noite aberta
Qual cirugia
Cujo ponto é feito a linha de chumbo
P'ra me matares com veneno lento.

Estripas estrelas e arremessas os seus restos ao Mundo,
Até sobrarem pedras, fogo e vento.

Meu doce pó,
Minha canção de caos e entropia,
Meu astro negro
Que cintila ao tom da ironia.
Ai que me gozas de alto e longe nesse gesto maldito!
Que me enrijeces o âmago soturno.

Faz-me sentir que sou um louco animal erudito
A ruminar nos anéis de Saturno.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Siege

Through hidden layers and blackened tongues storming at the silver ringed gates...
You just had to do it.

Ye, whose words spat the most delicate weavings, masterfully poured into my sound pavillion,
Songs of "do" and "don't" in glistening harmony, and through that web of perfect chants... Prosperity at it's best, traded for a lick at the Devil's heart.
You really had to do it.

Does my tongue evoke such monsters? Or do the monsters secretly overcome our holy Kingdom? Does night fall all that easily for the minds of faithless men, lulled by the sweet drops of satin debochery as the unwary fisherman is wooed by the Siren's voice? Clouded MY voice, temptation lurks in walls of glistening oozing marble, stripped of it's glorious banners.

So here I stand and ponder the whys of you doing it, considering the stormed holy Kingdom being ruled by fiends in my absence and the choices there taken, my mind ravaged by the thought that maybe, in a faint dumbstruck theory, I should just let Hell breach my walls and take whatever they may... And maybe I am not fit to rule in war.

Alas disappointment is a bitch.
And you really had to do it...

domingo, 26 de junho de 2011

Às cinco na Igreja

Uiva um sonho por entre as chaminés.

Abraçado pela sua doce Umbra ele deambula num gemido constante, impróprio a si próprio num modo sempre tão apropriado. A populaça mexe-se sob os seus pés, mas nenhum naco do rebanho dá por si: é um fantasma, uma sombra, um espectro penado e mesmo assim, quão bem reluz a sua pele ao doce luar que nunca o bafeja.

E que importa que seja apenas o próprio a admirar-se?! Quão bem pulsam os frenéticos rios esverdeados sob a sua pele fantasiada, ardentes em glória dormente, mortos apetrechos para se enganar a si e a si somente. Quão maquiavélico é o reflexo do árgon incandescente nos seus olhos indiferentes, quão caótico o flutuar de um cabelo fora do seu caminho. E que ego narcísico inunda a criatura!

Mas o repente fumado sublima o momento. O segundo uivo reverbera pelo betão feio e estuque do jardim urbano, cada vez mais perto, num gorgolejar cacofónico de glória e ira que estremecem o estribo do sonhador. E ao olhar para baixo... Será possível? Um aglomerado agoniado de negro escuro fumado olha para si, quiçá pasmado. Mas será para si? Não para a lua, como todos os seres de Nix, ou talvez ao mudo sino que há tanto se reduz a uma cassete rouca e obsoleta?

O lobo uivou mais uma vez. Inconfundível reconhecimento. Um grotesco monstro familar, quão diferente da sua pele de trâmitos mundanos, que manifestação tão soturna em comparação com o ego encarnado e, no entanto, ambos figuras tão distintas e fiéis a si próprios como poderiam algum dia ser.

"Conforme combinado." rosnou a difusa silhueta do lobisomem, pulando para junto do pálido fantasma expectante que com um cordial acenar se sentou ao seu lado e retorquiu, quais cavalheiros num café da moda. "Às cinco na Igreja."

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Red Star

Once upon our own time,
There was a bright red star.
No one knew from what place,
Except it's from afar.

It seemed not to shine high,
It shone gloom, actually,
No one knew as to why,
What would cause it to be.

Could it lack the right skill?
Some stars shine expertise!
But this star had it still,
So it could shine with ease!

Could it be out of shame?
There'd be no reason why.
The red star was unique,
No excuse to be shy!

Could it feel out of place?
Ah, but all of them do,
So it sounds quite baroque
To consider that too.

Could this star feel alone?
Why would it feel that way?
Green, blue, white stars shine close,
With things friendly to say.

Could this star be too sad?
I just hope that it's not.
Red stars shine in a way
That the others cannot.