quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ensaio sobre o ódio

Dilatam-se-me na fronte
Em forte venoso pulsar,
Uma vontade inquietante
Da minha raiva expulsar.

Três sorrateiras vezes o vi
E quieto e calado fiquei,
Mas à conta sagrada ardi,
Ao ver um bobo fazer-se rei!

É que abandonado o corpo
Por sua dita e santa alma,
Usar a face do defunto
Faz qualquer um perder a calma.

Mais que isso há-de ser,
Se me permitem a ousadia,
Nas barbas de todos o fazer
Sem sequer perguntar se podia.

Ora, quem de surpresa apanhado
Dá de caras com tal desrespeito,
Apetece apanhar o culpado
E à facada abrir-lhe o peito.

Ainda mais vontade mo dá
Quando, faça sol ou faça chuva,
à primeira pessoa que passe lá
Esforça uma cara de viúva.

O mais grave de tudo é mentir
Com toda a convicção que tem no corpo
A dizer, só para outros ferir
Que se está a sofrer é pouco.

Pois minha "amizade", só para ti
Toma um pedaço de bom conselho:
Se educadamente para ti alguma vez sorri
Foi porque sou mais que tu, meu fedelho!

Se te evito é porque me conheço e sei
Que se em ti tenho as vistas postas
A minha mais crua e primária vontade´
É de te provocar fracturas expostas.

Mais! Não me fico só por aqui
E digo-te do fundo do peito:
Se os dentes ainda não te fodi
É pelo mais puro e produndo respeito.

Se a tua ignóbil presença
Teve efeitos mais que nefastos,
Neste momento já nem importa
Pois de todos nós fizeste carrascos.

Mas ai de ti meu animal,
Que mais algum dia eu oiça,
Que te apoderas de quem dizias gostar
Como se fosse um bibelot de loiça.

Se do que partiu gostaste
Tanto como andaste a pregar
Então porta-te como gente
E deixa de o tentar mostrar.

Até lá és um asco,
Um parasita social,
Carvão para as criançinhas
Que se portam mal no natal.

Se pensas que és dono do caixão,
Há ainda coisas que tens que aprender:
Não é a TUA perda, é a de todos
Mesmo que não o queiras ver.

Portanto cesso aqui o meu discurso,
Pouco mais me resta dizer
E, sem comprometer a tua integridade,
Permite-me a tua pessoa descrever:

És mal formado, desalojado,
Amostra de pavão, pessoa sem noção,
Egoísta, um chupista,
Aproveitador, manipulador,
Destruidor, ditador,
Invejoso, venenoso,
Mentiroso, odioso,
Asqueroso, impiedoso,
Oleoso, mal-cheiroso,
Curriqueiro, cuscuvilheiro...

Espécie baixa de paneleiro!

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