Sombras espessas e geladas
Mancham as minhas passadas
Quando a lua, cheia e nua
Poisa em mim sua luz crua.
Pulsa forte, feia, fria
Como cheiro que arrepia.
Mancha fina, firme, forte
Comparável com a morte.
Mantra unilateral,
Voz distante, imaterial,
Luxuosa e sem igual.
Imune ao digital,
Cor vibrante, surreal,
D'uma saturação tal
Que se prova desleal
Contra luz artificial.
Esfera deusa no astral,
Fonte fresca e maternal,
Indiferente, mas sem mal,
Que eleva ao fatal
Qualquer desejo carnal,
Falso ou fundamental.
E eis que se vai, alada,
Em glória afugentada,
Para o seu apeadeiro.
Mais um dia soalheiro.
6 comentários:
Não escreves mal, mas caga nos mantras, isso é merda, igual à «comida chinesa», contributos para a diarreia, que nem os orientais comem...
Esta pastilha tem cheiro a espírito... Como te disse, isto há infiltração de personagens e temáticas que se tornam demasiado óbvias... E mais te dou um conselho, perde a rima como obrigação. Eu sei que é divertido mas tu, meu caro acima de tudo és um excelente artista visual, pelo que me parece que seria fenomenal, que conseguisses aliar visual e poético... Algo, como Blake... mas melhor, com gosto!
Um abraço
V.D.
P. S. E isto é importante: toma como modelos os autores de que, de facto, gostes.
Quanto a tudo o mais, a prova dada é a qualidade do que se escreve... Há quem escreva incomensuravelmente pior do que tu.
@Lord of Erewhon: a ideia do mantra prende-se apenas com a questão de um acto contínuo e introspectivo, e não com o conceito literal do "mantra". Neste caso, a contínua e convidativa presença do "alvo" do poema.
Sim, há-de haver quem escreva pior. Quer dizer... Com o acordo ortográfico muita gente vai passar a escrever "bem"...
Encontras melhores equivalentes na Tradição Ocidental...
A maioria iria quebrar a métrica pretendida. Foi uma opção artística
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