Se o Verão é brasa em fúria,
Travo seco, fogo ardente,
O Inverno é fria lamúria,
Apatia omnipresente.
Se a calma é tempo imenso,
Linha sóbria e inteira,
A raiva é mistério denso,
Mancha negra, desordeira.
Se a alegria é orgasmo,
Trinta risos de assentada,
A tristeza é um poço
Onde já não nasce nada.
Se o dia é movimento,
Energia laboral,
A noite é ponderada
Em azul imperial.
Se amor é sentimento
Que vai longe e mais além,
O ódio não é diferente,
E é tudo isso também.
Se a verdade é trivial
Quanto tudo o que aqui disse,
Então pudera eu dar por ela
No momento em que a visse.
domingo, 11 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Uivo
Sombras espessas e geladas
Mancham as minhas passadas
Quando a lua, cheia e nua
Poisa em mim sua luz crua.
Pulsa forte, feia, fria
Como cheiro que arrepia.
Mancha fina, firme, forte
Comparável com a morte.
Mantra unilateral,
Voz distante, imaterial,
Luxuosa e sem igual.
Imune ao digital,
Cor vibrante, surreal,
D'uma saturação tal
Que se prova desleal
Contra luz artificial.
Esfera deusa no astral,
Fonte fresca e maternal,
Indiferente, mas sem mal,
Que eleva ao fatal
Qualquer desejo carnal,
Falso ou fundamental.
E eis que se vai, alada,
Em glória afugentada,
Para o seu apeadeiro.
Mais um dia soalheiro.
Mancham as minhas passadas
Quando a lua, cheia e nua
Poisa em mim sua luz crua.
Pulsa forte, feia, fria
Como cheiro que arrepia.
Mancha fina, firme, forte
Comparável com a morte.
Mantra unilateral,
Voz distante, imaterial,
Luxuosa e sem igual.
Imune ao digital,
Cor vibrante, surreal,
D'uma saturação tal
Que se prova desleal
Contra luz artificial.
Esfera deusa no astral,
Fonte fresca e maternal,
Indiferente, mas sem mal,
Que eleva ao fatal
Qualquer desejo carnal,
Falso ou fundamental.
E eis que se vai, alada,
Em glória afugentada,
Para o seu apeadeiro.
Mais um dia soalheiro.
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